quarta-feira, 6 de março de 2013

TEMA - Contos de enigma ou suspense - 8º ano

OLÁ, ALUNOS DO 8º ANO. NOSSA PRIMEIRA TAREFA SERÁ A SEGUINTE: Leiam o texto abaixo e no comentário respondam: A NOSSA PISTA PARA DESVENDAR O MISTÉRIO É A CARTA ANÔNIMA. MAS, QUEM A ESCREVEU? O QUE  LEVOU VOCÊ A ESSE SUSPEITO?

AO NASCER DO DIA

Idalina pulava da cama, acendia o fogo, preparava o chimarrão – sem mate João não era gente. A maleta de amostras no ombro, ele corria para a estação. Com o apito do trem, eu estalava os dedos e agradava os três cachorrões. Batia na porta da cozinha, só duas vezes, não acordar os meninos.
Idalina abria a porta e prendia os cachorros. Seguíamos apressados para o arvoredo. Eu estendia a capa na grama orvalhada. A fumaça branca na sua boquinha pintada trazia até ali o quente aconchego da cama. Os cães gemiam e arrastavam a corrente, nem a voz da dona os aquietava.
 Em tantos meses o encontro à luz indecisa do bosque. Quando entrou na loja, não me alegrei de vê-la. Fingindo examinar a chita de bolinhas azuis, contou que, preparado o chimarrão e partido o mascate, voltara para a cama. Ouviu o sinal na porta da cozinha. Não duas. Cinco batidas fortes, sem que latissem os cachorros. Não era eu, o coração lhe dizia, assim mesmo prendeu uma fita no cabelo.
Entreabriu a janela: o cunhado José. Tendo-nos surpreendido, iria denunciá-la ao irmão. Bem na hora em que o outro não estava? Eu também quero. José, ele é teu irmão. Você quer o velho Orides e para mim nada? Se não quiser, olhe que eu conto. Espere um pouco que volto.
- Ah, sua ingrata – eu disse – com você não precisa pedir duas vezes?
Idalina saiu da janela. José colocou-se diante da porta. Atirou sobre ele a água da chaleira, queimando-lhe a mão. Berrando, ao se afastar, que contaria tudo ao irmão. Melhor eu não aparecesse até novo recado.
Três semanas passaram. João nas suas viagens. Da mulher não recebi notícia. Rondava o bangalô à distância , o latido dos malditos cães. Insinuava-  me por entre as árvores, à espera de algum aviso. Cabeceando de sono, de repente uma gritaria:
- Acudam, bandido. Me acudam!
Na porta, o homem de braço cruzado.
- João, que houve? Que foi?
Ergueu a mão vermelha. Perguntei se foi com o punhal.
- Ele era um ladrão.
Escutei ganidos no capão e corri até lá. Era o irmão, rodeado pelos cachorros, que lambiam as suas feridas. Rosnaram contra mim, observei de longe o quadro. Pelo chão, vestígios de grande luta. Não pude ver se os dedos estavam queimados.
João no mesmo lugar.
- Que houve, João? Onde está Idalina?
Um vizinho, que ouviu o grito dos meninos, surgia com o sargento. Às Perguntas, João sacudiu a cabeça.
Já sabia o que achei no quarto: a mulher nua e morta com sete facadas. Antes dos outros, vasculhei as gavetas. Ali debaixo do colchão a carta anônima.
Passamos com a mulher no lençol sujo de sangue. Ele virou o rosto, mas não chorou. Gemia que esfolara um ladrão. Foi conduzido de braço amarrado para a cadeia. O sargento, a balançar a ponta da corda, explicava que João, muito chegado ao mano José e não tendo vícios, só podia estar louco. 

Um comentário:

  1. Ufa, ainda bem que este post está completo. Eu estava uma pilha de nervos procurando por esse texto na net e só achava com partes suprimidas. Que raiva desse povo que suprimem ou modificam os textos e músicas. Isso deveria ser proibido! As crianças e adolescentes não vão ser piores por ouvirem ou lerem a versão original.

    ResponderExcluir